O PREÇOWeb Série de Ítalo SoaresCAPÍTULO 01
Todos os automóveis pretos chegaram de uma só vez à mansão. Eram limusines e traziam os convidados.
TOM – Eu pensei que essa droga de viagem nunca ia chegar. Que lugar é esse?
MARIAH(Lê-se Maraia) – Uau! É uma senhora mansão! E olha essa propriedade. Acho que vamos passar uma temporada e tanto por aqui.
EDSON – Eu não estou gostando disso. Eu não gosto de mistérios
TOM – Não sei o que vocês acham, mas eu tenho pra mim que o nosso anfitrião é doido varrido. Alguém viu algum guarda por aí? Aquelas limusines lá fora na certa foram alugadas.
EDSON – Eu também acho isso aqui muito estranho.
VALÉRIA – Bem, eu acho que todos aqui receberam a mesma proposta: participar de uma experiência, cujo bônus pela participação será de um milhão de reais. Do que estão reclamando, afinal de contas?
IRMÃ SOFIA(freira) – Essa senhora tem razão. Do que estão reclamando. Aproveitem. Se não fosse por meus votos, eu já estaria naquela piscina maravilhosa ali atrás
VALÉRIA – Queridinha, eu sei que a minha idade me denuncia, mas meu espírito é mais jovem que o seu. Portanto, não se refira mais a mim como “essa senhora”.
IRMÃ SOFIA – Tudo bem, desculpe.
GARIBALDI – Gente, vamos manter a calma, sem estresse. Eu sou Garibaldi, sou escritor. Alguém aqui já leu um livro meu?
MARIAH(Lê-se Maraia) – Uau! É uma senhora mansão! E olha essa propriedade. Acho que vamos passar uma temporada e tanto por aqui.
EDSON – Eu não estou gostando disso. Eu não gosto de mistérios
Todos admirados com a suntuosidade do salão de recepções.
EDSON – Eu também acho isso aqui muito estranho.
VALÉRIA – Bem, eu acho que todos aqui receberam a mesma proposta: participar de uma experiência, cujo bônus pela participação será de um milhão de reais. Do que estão reclamando, afinal de contas?
IRMÃ SOFIA(freira) – Essa senhora tem razão. Do que estão reclamando. Aproveitem. Se não fosse por meus votos, eu já estaria naquela piscina maravilhosa ali atrás
VALÉRIA – Queridinha, eu sei que a minha idade me denuncia, mas meu espírito é mais jovem que o seu. Portanto, não se refira mais a mim como “essa senhora”.
IRMÃ SOFIA – Tudo bem, desculpe.
GARIBALDI – Gente, vamos manter a calma, sem estresse. Eu sou Garibaldi, sou escritor. Alguém aqui já leu um livro meu?
Silêncio.
GARIBALDI – Qual é, gente? Ninguém nunca leu “brumas azuis”?
Mais silêncio
GARIBALDI – Vou demitir minha agente
PADRE DORNAS – Eu li!
GARIBALDI – Viu? Viu? O… ele ali leu! Como é mesmo seu nome?
PADRE DORNAS – Dornas. Padre Dornas.
GARIBALDI – Padre Dornas. Muito bem. Muito obrigado por ter lido o meu livro, é sempre um prazer, sabe…
PADRE DORNAS – O senhor me parece meio desesperado para que as pessoas o conheçam ou tenham lido seu livro…
GARIBALDI – Impressão sua, padre. Mas me fale, o que achou do meu livro.
PADRE DORNAS – Achei meio autobiográfico
GARIBALDI – Mais uma impressão sua. Hei, não se come nada nessa casa não? Será que o anfitrião já sabe que nós chegamos.
MORDOMO – Ele sabe sim, e irá atendê-los oportunamente.
Todos olharam para o lado
MORDOMO – Podem me chamar de Júnior. Serei seu servidor enquanto estiverem nessa casa.
GARIBALDI – Júnior?! Que original! Desde quando Júnior é nome de mordomo? Se fosse Jarvis, Jonas, Gomez…
MORDOMO – Eu sinto desapontá-lo, senhor. Naquela mesa estão as chaves dos quartos, Cada chave contém os respectivos nomes. Podem se instalar, e na sala ao lado uma refeição já está sendo servida. O meu senhor quer que se sintam completamente à vontade.
PROFESSOR LUCAS – Quem é o seu senhor? Que tipo de jogo ele fará conosco.
MORDOMO – Meu senhor não é dado a jogos, cavalheiro. Eu já disse mais do que me era permitido. Com licença e aproveitem.
ANITA – Alguém entendeu alguma coisa?
MARINNA – Mas que droga! Meu nome está escrito errado.
SÉRGIO – Vou para o meu quarto.
Mais tarde na sala de refeições.
PROFESSOR SÉRGIO – E eu ainda não acredito quando me falam que escritor no Brasil morre de fome
Risos.
TOM – Isso me cheira mal. Sabem, quando eu ia pescar com meu pai, no Rio São Francisco, lá no Norte de Minas Gerais, a gente fazia umas bolas de lama assim, com ração para coelhos, e mais um monte de coisa e jogava dentro da água. No outro dia, retornávamos lá, só para colher os peixes. Eles ficam comendo as bolas e quando jogávamos nossos anzóis com uma isca mais atraente, pegávamos muitos peixes. Muitos peixes mesmo.
EDSON – O que você está falando é que o dono dessa casa está nos cevando, é isso?
TOM – Não sei se esse termo serve para humanos, mas sim, ele quer que fiquemos muito à vontade, porque o que vem por aí não deve ser coisa boa.
Todo mundo parou de comer.
IRMÃ SOFIA – de repente eu fiquei sem fome.
PADRE DORNAS – Eu também…
TOM – Pessoal, me desculpe, não era a minha intenção…
EDSON – Mas funcionou muito bem. E que saber? Acho que você tem razão. Estamos sendo observados e testados.
GARIBALDI – Não quero saber. Nunca comi tão bem assim em toda minha vida. Olhe para essa mesa. Estamos ganhando um milhão de dólares e tendo o melhor pra comer. Nossos quartos se parecem com palácios, olhem para aquela piscina lá nos fundos, aquelas árvores…
SÉRGIO – Tudo muito bom. Bom demais.
O Mordomo chega como num passe de mágica.
MORDOMO – Estão satisfeitos? Posso servi-los em mais alguma coisa? Como está a comida? Posso providenciar mais.
EDSON(Segurando o mordomo pelo colarinho) – Quer nos ajudar? Nos diga quem nos convidou pra vir aqui. Eu não gosto de mistérios…
MORDOMO – Perdão, senhor, mas o seu convite era anônimo. Se não gosta de mistérios, não deveria tê-lo aceitado, não acha?
Edson ficou constrangido.
EDSON – Tem razão.
MORDOMO – Agora que já estão calmos. Passemos à sala de convivência, onde meu senhor irá fala-los. É por aqui…
Sala de convivência.
Escutaram uma estática em um sistema de som, e à frente do grande sofá semicircular onde estavam todos sentados, surgiu do teto um imenso monitor LCD, onde eles podiam vislumbrar a silhueta de um homem sentado.
ANFITRIÃO – Uma boa noite a todos. Perdoem-me pela minha falta de educação em não poder recebê-los. Nesse momento estou fora do País, resolvendo problemas pessoais. Bem, todos vocês receberam um bilhete sem assinatura com um convite: participar de uma experiência psicológica e social sem precedentes. E antes que perguntem sobre o pagamento, sim, ele é real. Será um milhão de reais pra cada um, mas não pensem que será fácil, porque eu extrairei nos próximos dias o melhor e o pior de cada um de vocês. Por hora é isso, tenham um bom descanso, e amanhã nos falaremos mais.
Alta madrugada. No corredor. Sensação de muita tensão. A irmã Sofia sai do seu quarto e vai até a cozinha. Ela tem sede e medo. Bebe água e retorna para o quarto. Ela ouve o barulho de um bebê chorando. Um choro de dor. Ela tampa os ouvidos mas em vão. Agora, parece que estão sufocando a criança. Ela(a criança) engasga. Depois volta a chorar, e enfim, se cala. A agora, para seu desespero, um grito de uma mulher.
Continua...
Outras coisas estranhas acontecem. Através das cartas do tarô, Valéria prevê que a estadia deles na casa não será nada confortável. Marina e Tom ficam perdidos em um jardim-labirinto, e são perseguidos por um cão feroz. Marinna cai em um fosso repleto de rãs. Mariah e Sérgio trocam beijos, mas no final, ao abrir os olhos, têm o maior susto da sua vida.
O próximo capítulo será publicado amanhã, 24/03/2013 ás 15h. Não esqueça de comentar.
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